Mulheres que amam demais
As mulheres que amam demais têm como característica principal, o vazio, porque provavelmente, não tiveram olhar significativo quando crianças de suas mães. Elas buscam no outro este olhar, sendo que a projeção de seu amor é intensa e desequilibrada; causando no outro o que mais temem, que é a rejeição e o abandono. Elas tendem a atrair homens iguais a ela, já que o que está fora, ou seja, o que atraímos, está também dentro de nós. Os seus parceiros, geralmente, são homens com baixa autoestima, que precisam do olhar do outro para existir, atraindo mulheres ciumentas ou histéricas, para afirmar sua “condição existencial”.
O comportamento se manifesta principalmente nas relações afetivas, independentemente do grau de instrução da pessoa, levando ao cometimento de atitudes exageradas de reconhecimento do outro (atenção demasiada, fazer mais do que lhe cabe). Quando não há reciprocidade, a desconfiança, a insegurança e o medo se instalam e dominam, a ponto do esquecimento de si. Quando se esquece de si e vive em função do outro, ela arma a sua própria armadilha, pois o outro deixa de se interessar pela mulher que não estima a si própria. No homem o padrão pode aparecer quando ele se preocupa só em fazer para o outro, esquecendo do principal, que é o relacionamento.
O tratamento se dá quando a mulher consegue sair daquele padrão, buscando se cuidar, preenchendo seus buracos internos através da meditação, práticas de exercícios, espiritualidade, trabalho, amizade, enfrentando o encontro consigo própria. Além de compreender, que o amor é encontro com o outro; sua presença e sua companhia e não no que se faz pelo outro. O paradoxo é que a mulher sente a sua existência a partir deste padrão – que é a rejeição e o abandono. Daí a dificuldade de se eximir de tal comportamento e também acreditar que é capaz de atrair pessoas com padrão mais positivo de relacionamento. O tratamento para o homem-parceiro também é necessário, pois à medida que ela melhora, não vai mais depender do amor do outro e o outro sucumbirá. Geralmente arruma outra “vítima”, repetindo o padrão negativo.
O relacionamento saudável é aquele que o casal desenvolve junto, os “seus olhares” se encontram, para um objetivo em comum, não o olhar de um para com o outro, no sentido do preenchimento de falsas expectativas que levam a frustração.